Vlamir Sandei recebe secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado



Aconteceu no último dia 2 de dezembro, na Prefeitura Municipal, palestra promovida pelo secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, Márcio Fernando Elias Rosa, que falou sobre Corrupção e Cidadania, tema tão atual e tão difícil de ser tratado no País.

De acordo com Rosa, o Brasil vive anunciando a necessidade de reformas que não são feitas e que, quando realizadas, não mudam nossa realidade em nada. “Não temos transformação, temos transformismo”, alegou o secretário.

Recebido pelo prefeito Vlamir Sandei, Rosa também discursou para autoridades políticas local, como os secretários municipais e o vereador Dau Fabri, além de representantes de Sindicatos e Organizações, prefeitos da região, presidente da OAB, Paulo de Souza Alves Filho, e os juízes de Direito Renata Xavier da Silva Salmaso e Marcelo Nalesso Salmaso, dando um rico e extenso perfil histórico da política nacional, marcada – infelizmente – por diversos casos de corrupção.

De acordo com o secretário, corromper é um ato de se decompor moralmente e isto acontece desde os tempos da monarquia.  Prova disso é a expressão “mar de lama”, que tem inspiração nas joias furtadas da Princesa Isabel depois de sua festa de 60 anos e, logo em seguida, encontradas na casa de um funcionário da Coroa, enterradas dentro de uma lata de biscoito.

“O povo dizia que a monarquia estava falida. O próprio Machado de Assis em suas obras relatava as falcatruas da Coroa em busca de dinheiro. O Império recolhia dinheiro vendendo títulos que deveriam ser ofertados. Tempos depois, nossa corrupção foi até tema de música: ‘o chefe da polícia, pelo telefone, mandou avisar...”, retratado por Donga”, explicou Rosa.

A palestra se estendeu falando também do início da República no Brasil, que se deu através de uma estratégia militar sem qualquer participação pública. “Não houve adesão popular. No Rio de Janeiro, o povo demorou meses para tomar conhecimento. Por isso, a ideia de que o que é público é de ninguém quando deveria ser de todo mundo”.

Também foi explicado que corrupção é mais do que uma espécie de deformação moral. Trata-se de um fenômeno mundial. Haja vista que até 1977, nos Estados Unidos, não era crime corromper autoridades de países estrangeiros e, na Alemanha, podia inclusive declarar tal ato no Imposto de Renda.

A palestra, portanto, foi marcada por diversos exemplos e constatações de casos de corrupção nos cenários político nacional e internacional, descrevendo, inclusive, episódios de privação de direitos de liberdade, com radicalismo e mortes.

Todos esses fatos, no entanto, não tiraram do secretário o otimismo por dias melhores. “Sou otimista porque estamos acompanhando esse combate de perto. Só me recuso a aceitar a ideia de que as instituições estejam funcionando porque, se ficarmos felizes porque a polícia está funcionando, estaremos aceitando que estamos no fim da linha. Polícia é órgão de fiscalização. O que precisamos é de política. Mas, não essa que estamos vendo por aí. Precisamos de política de verdade, como a que está sendo aplicada em Tietê, por Vlamir Sandei. É isto que fará a diferença”, finalizou Márcio Fernando Elias Rosa.